(como minha memória não é muito boa, prefiro continuar com outra pessoa da mesma época).
A Patricia é uma pessoa que também conheci quando comecei a estudar em outro colégio (o mesmo da Marcela). Ela também era vizinha, mas não assim do prédio da frente.
Ela era japa mas não era nerd e isso era estranho para a época. Eu logo notei que ela não dotava de muita inteligência, mas a Marcela era amiga dela, então ela devia ter algo de interessante.
Ela era um tipo específico de "loira burra". E aliás, até foi loira por uns tempos - sim, japa e loira... eu não disse que ela era diferente para a época?
Ela tinha um tipo específico porque era muito engraçada quando não entendia as coisas mas quando ela queria ser inteligente, ela era (ou se fazia de algum dos dois). Ela ia para as raves quando ninguém sabia o que isso era e acho que foi a minha primeira amiga a fazer tatuagem.
Ela tinha rinite (ou alergia), não lembro o que era, sei que ela espirrava demais e usava todo um rolo de papel higiénico a cada manhã.
Nas aulas chatas eu e ela dormíamos ou ficávamos falando muita merda. No entanto a risada dela era bem escandalosa, o que não facilitava muito o disfarce para os professores.
Por uns dias ela teve um ramster e achava bonitinho - eu achava nojento e estranho (mas tudo bem, pois tudo dela era estranho mesmo).
Ela usava muito rosa e o quarto dela cheirava a creme da Victoria Secret. Ela adorava ficar horas no telefone e as vezes eu ia na casa dela só pra ouvi-la conversando com as "amigas das raves".
Ela gostava de Oasis e era a banda que eu mais odiava. Ela amava os dois irmãos ingleses e sempre ia cantando no caminho para a escola ouvindo em seu DISCMAN. Apesar da voz dela cantando não ser nada agradável, um dia me rendi e assumi que gostava de uma música deles "Live Forever".
Nas épocas de deprês, ela me disse algo simples mas de um jeito que fez muito sentido: "não adianta ficar trancada no quarto chorando, achando que quando você sair dele o mundo vai estar esperando por você já com tudo resolvido."
Também filosofava que em 2010 (+-) todas as pessoas seriam bissexuais.
Ela chamava as pessoas de "lesão" (um aumentativo estranho de lesada/o) e o seu pai confundido, achava estranho ela chamar os amigos por "tesão" com tanta naturalidade.
Ela dizia que a música "Bitter Symphony" do The Verve ia cantar na entrada do casamento dela (ou era durante um desfile, não lembro).
Ela me apresentou ao Underworld com Born Slippy e a partir daí eu comecei a gostar de música eletrônica. Ela ia no Lov.e nos dias de Drum'n'bass (kkkkkkkkkk) e também foi ela quem me apresentou à esse clubinho tão legal.
Fez Moda e desenhou meu lindo vestido de formatura - tem muito talento.
Hoje ela mora em Londres (lugar típico de pessoas estranhas) e está tentando a vida nessa cidade que tem tanto a cara dela. Falo com ela pelo skype e percebo que "mudaram as estações e nada mudou".
E é tudo isso que faz da Patrícia uma pessoa que eu gosto.
Pati, Pati e eu fazáimos um trio para ir à escola. Na verdade, levámos mais tempo nos esperanando na esquina da padaria do que para fazer o trajeto da escola em si!
Lembro como se fosse hoje o ia em que ela desmaiou na frente do chaveiro. Estávamos as 3 voltanbdo do colégio, debaixo de um super sol.. Mas a Pati fez questão de recompor- se antes de ser colocada no Fusca vekho do cheveiro que ia levá-la para casa/hospital - nao lembro!
Posso dizer que a Pati foi meu grande amor na adolescencia (é... a gente ama pessoas, animais, idéias...)