ENTÃO...
"E pelo amor de Deus, veja nas minhas palavras mais do que minhas palavras."CL

quarta-feira, 25 de junho de 2008
Data estelar: Sol e Saturno em sextil; a Lua se aproxima da fase quarto minguante, transitando por Peixes.Enquanto isso, aqui na Terra o mundo adulto está corrompido demais para poder ingressar na Era de Aquário, que é também a Era do filiarcado. Agora, que a civilização devia proteger a infância e incentivá-la a durar o máximo possível, é que o mundo adulto faz de tudo para se livrar de seus próprios filhos, promovendo que nas escolas se exija das crianças independência e autonomia de forma prematura. Encurtar a infância é o próprio espírito da pedofilia, pois o mundo adulto, corrompido e decadente como está, não suporta a presença de seres puros e inocentes. Porém, o futuro, que não está nada longe, pertence às crianças, não apenas àquelas cuja cronologia as faz merecer este nome, mas também aos adultos que renasceram no espírito, e que são crianças novamente.
LEÃO 22-7 a 22-8
Certos aprimoramentos teriam sido absolutamente impossíveis, não fosse a pressão que você sofreu nos últimos meses, e o intenso tiroteio que teve como alvo sua pessoa. Por isso, menos queixas e mais aproveitamento da situação toda!
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Dizem que não dá sorte ler o horóscopo antigo, mas o de ontem está mesmo muito bom:

Nenhum diamante surgiria da terra, não fosse a pressão exercida sobre o bruto carvão. Por isso, e apesar de incômoda, a situação existencial de estar sob tiroteio e suportando intensa pressão, pode, eventualmente, conduzir a ótimos resultados.

Posted by Pat Fonseca at 10:17 | 1 comments
quarta-feira, 18 de junho de 2008
Essa é para dar uma pausa e contar o que nem minha mãe vai acreditar: estou tomando sopa de grão com espinafre. Eu disse grão;espinafre.

Posted by Pat Fonseca at 22:41 | 3 comments
quarta-feira, 11 de junho de 2008
Juliana ou Tia Juliana é a pessoa mais sensata da época do colégio que a Patrícia e a Marcela também estudavam.

Eu lembro que ela me recepcionou muito bem para uma "menina nova no colégio". Lembro que quando eu pendurei um pinico de papel na orelha porque estava a ouvir muita merda de uns moleques na sala de aula (e fui expulsa pois o professor levou para o lado pessoal), ela quis guardar o pinico de papel com ela de recordação pois ela nunca tinha rido tanto.

Ela sempre diz que eu ria de tudo, mas ela também ria muito pra mim (ou de mim).

Ela não era da minha sala, então não me lembro de muitos causos de escola para contar dessa época. Mas era nerd e nunca cabulava aula.

A hipérbole está em seu DNA e por isso tudo que ela conta, é "um pouco" exagerado. Quando ela tinha ido à uma padaria tomar um sorvete, dizia que tinha tomado todos os sorvetes de todas as padarias do mundo! Mas tudo bem, uma hora todos já tinham percebido essa característica e não davam tanta importância ao grau de intensidade das histórias dela.

Ela morava numa casa muito aconchegante que sempre tinha coisas boas para comer e cachorros grandes e pretos. A cozinha dela tinha uma janela que dava para a sala de jantar e era o que eu sempre quis ter na minha casa.

Seu cabelo é super liso e loiro, o que deve causar inveja em algumas pessoas. E para dar ainda mais raiva, ela dorme com o cabelo molhado e acorda lisinho. E o melhor, sem nenhuma gripe.

Sabe se virar e em minha casa a tarde sempre comia bisnaguinhas Panco pura com leite gelado e puro também.

Foi morar na Nova Zelândia bem no meio do colegial e eu (não me lembro, mas ela conta) mandava sempre cartas engraçadas.

Eu que criei o email dela no hotmail porque acho que ela não era muito chegada nessas coisas de internet - como a Marcela - e a senha dela era bananinha.

Ela nunca esquece os aniversários das pessoas e é muitíssimo educada. Ela é amiga ideal para apresentar aos pais. Vê-la xingando alguém é estranho, pois ela é mesmo muito educada.

Eu e ela não gostamos de cerveja e em um churrasco nos trancamos na cozinha e só saímos de lá depois de uma(s) garrafa(s) de sake estar(em) vazia(s). (Foi você que fez isso comigo né?)

Eu me sinto muito confortável com ela pois é uma pessoa que nunca tem "imprevistos" e muito equilibrada. Nunca vai sumir do nada (espero eu) nem dar de louca e sair da balada e te deixar sozinha quando ela é sua carona, por exemplo.

Ela gostava de Legião Urbana o que me deixava um pouco deprê e eu queria que ela parasse de ouvir pois tinha medo que as músicas as deixassem mais deprê ainda. Mas como aconteceu com a Patrícia, acabei gostando de uma ou outra música deles - mas até hoje não gosto de ouvir porque realmente é muito deprê.
Ela não se conformava com Lulu Santos quando ele cantava sorrindo "assim caminha a humanidade, com passos de formiga e sem vontade". Contestava que uma frase dessas não se pode cantar sorrindo, afinal é triste andar em passos de formiga e sem vontade. Mas Legião dominava e ela sempre teve uma queda por tragédias e histórias tristes.

Fez gastronomia e convidou os amigos para irem um dia na faculdade pois era uma "prova" na qual não podia sobrar comida senão os professores davam nota baixa. Era de manhã e eu não tinha fome mas era tudo muito gostoso. Depois de estar formada, era ainda mais agradável ir na casa dela, pois sempre tinha comidinhas ótimas. E também muito funk.
Ela sempre estava cercada de amigos engraçados e eu adorava ir pra lá porque sempre ria muito - mais do que no colégio. Apesar de novos, os amigos engraçados tinham uma banda e tocavam músicas de rock mais antigo. A Tia Ju sempre me chamava para ir nos bares e eu ia - apesar de não muito empolgada - mas no fim era legal. Com isso aprendi a gostar da música Come Together. RIGHT NOW, OVER ME.

Ela tem um padrasto que é mesmo um pai e ela pedia para que as amigas não chamassem ele pelo nome e sim por tio, como chamamos a mãe dela, para que ele não se sentisse muito deslocado.

Eu e ela amamos o Rio de Janeiro e com certeza é a melhor companhia para passar uns dias na cidade maravilhosa. Gostamos do Seu Manoelzinho, do queijo coalho em Ipanema, do kibe do Mustafá, do homem do bolsa canga (é uma bolsa ou uma canga?) e de cantar bem alto o hino do Salgueiro.

Depois fez Hotelaria e hoje trabalha com Comunicação - e faz MBA também. Eu disse que ela nerd...

Teve um namorado muito problemático, outro muito engraçado e hoje tem um que é inteligente e simpático. Ele morava em Londres, ela foi passar férias por lá e veio me visitar, o que me deixou lisonjeada. Em sua visita de médico cozinhou arroz (no fogão) depois de eu ter feito um horroroso (no microondas).

Infelizmente não passou bons dias depois de estar na minha casa. Incrivelmente, aconteceu uma história realmente absurda: teve todas as bagagens roubadas do carro, com todas as roupas, passagens, notebook, etc. Mas mesmo depois de perder as roupas favoritas e as lingeries novas e caras, ela manteve o bom humor e o roteiro de viagem por outros países.

E é tudo isso que faz da Juliana uma pessoa que eu gosto.



Posted by Pat Fonseca at 13:24 | 3 comments
domingo, 8 de junho de 2008
(como minha memória não é muito boa, prefiro continuar com outra pessoa da mesma época).

A Patricia é uma pessoa que também conheci quando comecei a estudar em outro colégio (o mesmo da Marcela). Ela também era vizinha, mas não assim do prédio da frente.

Ela era japa mas não era nerd e isso era estranho para a época. Eu logo notei que ela não dotava de muita inteligência, mas a Marcela era amiga dela, então ela devia ter algo de interessante.

Ela era um tipo específico de "loira burra". E aliás, até foi loira por uns tempos - sim, japa e loira... eu não disse que ela era diferente para a época?

Ela tinha um tipo específico porque era muito engraçada quando não entendia as coisas mas quando ela queria ser inteligente, ela era (ou se fazia de algum dos dois). Ela ia para as raves quando ninguém sabia o que isso era e acho que foi a minha primeira amiga a fazer tatuagem.
Ela tinha rinite (ou alergia), não lembro o que era, sei que ela espirrava demais e usava todo um rolo de papel higiénico a cada manhã.


Nas aulas chatas eu e ela dormíamos ou ficávamos falando muita merda. No entanto a risada dela era bem escandalosa, o que não facilitava muito o disfarce para os professores.

Por uns dias ela teve um ramster e achava bonitinho - eu achava nojento e estranho (mas tudo bem, pois tudo dela era estranho mesmo).

Ela usava muito rosa e o quarto dela cheirava a creme da Victoria Secret. Ela adorava ficar horas no telefone e as vezes eu ia na casa dela só pra ouvi-la conversando com as "amigas das raves".
Ela gostava de Oasis e era a banda que eu mais odiava. Ela amava os dois irmãos ingleses e sempre ia cantando no caminho para a escola ouvindo em seu DISCMAN. Apesar da voz dela cantando não ser nada agradável, um dia me rendi e assumi que gostava de uma música deles "Live Forever".


Nas épocas de deprês, ela me disse algo simples mas de um jeito que fez muito sentido: "não adianta ficar trancada no quarto chorando, achando que quando você sair dele o mundo vai estar esperando por você já com tudo resolvido."
Também filosofava que em 2010 (+-) todas as pessoas seriam bissexuais.


Ela chamava as pessoas de "lesão" (um aumentativo estranho de lesada/o) e o seu pai confundido, achava estranho ela chamar os amigos por "tesão" com tanta naturalidade.

Ela dizia que a música "Bitter Symphony" do The Verve ia cantar na entrada do casamento dela (ou era durante um desfile, não lembro).
Ela me apresentou ao Underworld com Born Slippy e a partir daí eu comecei a gostar de música eletrônica. Ela ia no Lov.e nos dias de Drum'n'bass (kkkkkkkkkk) e também foi ela quem me apresentou à esse clubinho tão legal.



Fez Moda e desenhou meu lindo vestido de formatura - tem muito talento.


Hoje ela mora em Londres (lugar típico de pessoas estranhas) e está tentando a vida nessa cidade que tem tanto a cara dela. Falo com ela pelo skype e percebo que "mudaram as estações e nada mudou".


E é tudo isso que faz da Patrícia uma pessoa que eu gosto.


Posted by Pat Fonseca at 17:50 | 2 comments
quarta-feira, 4 de junho de 2008
Marcela era uma vizinha estranha do prédio de frente, que um dia conheci pois entrei no mesmo colégio que ela.

Fazíamos o mesmo trajeto de manhã, a pé, até o colégio. Uma pessoa de extremos, ou bem humorada, ou quieta. Mal humorada ela nunca chegou a ser (que eu me lembre) pois a inteligência não a deixava.

Ela havia sofrido uma transformação radical e quando vi uma foto do RG dela, depois de rir muito, percebi que realmente os programas de "antes e depois" podem ser reais. Mas a mudança nesse caso foi por conta dela mesmo e eu sempre fiquei intrigada como foi feita a tão importante decisão. Ela era gorda, usava o óculos mais fundo de garrafa que existia no mundo, não sabia se vestir e era excluída da sociedade. Que eu me lembro (de novo) ela disse que um dia cansou de ser gorda e fez um regime. E realmente essa nunca mais engordou! Os óculos melhoraram e o estilo também.

Uma época trocávamos cartas via correio (sim, nós íamos na mesma agência de correios e enviávamos cartas uma para a outra sendo que morávamos em frente) e em uma delas, ela dizia que tinha que se ler O ESTADÃO para ter conteúdo.

Ela era a única aluna do Objetivo que prestava atenção nas aulas com afinco e com ela eu comecei a achar bonito a gostar de estudar - e sem levar a impressão de nerd. Ela ensinava História e Geografia de uma forma que era legal aprender e por isso sempre achei que ela tem vocação para ser professora.

Marcela era tão superior às modinhas das pessoas da sua idade que não se importava de ficar o Reveillón passando roupas (e depois ainda ganhava um muque de tanta força que fazia como "do lar"). Ela era mãe da mãe dela, e do irmão também.

Eu tinha receio de ir na casa dela, pois a mãe dela era um pouco bipolar e o irmão fazia brincadeiras que me dava medo. Ela lidava com tudo isso muito naturalmente e eu achava incrível, pois ela nunca tinha feito terapia.

Entende de política mas graças a deus não fala disso sempre que tem uma conversa.

Ela não entendia nada de computador, achava que o email da BOL era para poucos privilegiados e que nunca seria uma pessoa atualizada informaticamente - hoje é.

Logo que tirou carta, ela tinha que ouvir Enya quando estacionava o carro novinho para não se stressar com a pressão - e a garagem dela realmente era bem difícil, provavelmente eu ficava mais tensa que ela. Se ela raspasse o carro também, não tinha galho.
Ela me apresentou à música mais legal do Kid Abelha "La Nouveaute" e até sabia francês - mas inglês não era mesmo com ela - hoje também é.

Ela nem sempre conversa com palavras, mas sempre é confortante tê-la por perto.

Com ela eu aprendi as vantagens de não se ter um peito grande e ela parecia um pouco complexada, mas não acho que ela colocaria silicone um dia.

Fez ciências sociais mas teve que se render aos trabalhos que pagam bem, mesmo não sendo tão interessantes e/ou exploradores (mas um dia você consegue Marchel!).

Hoje ela mora na sua própria casinha, tem marido (um pouco estranho, nunca ouvi a voz dele) e até cachorro.

E é tudo isso que faz da Marcela uma pessoa que eu gosto.


Posted by Pat Fonseca at 21:55 | 7 comments